Publicado por: Imprensa
O promotor de negócios Hugo Alberto Gonzalez garantiu que a Banex S/A Crédito, Financiamento e Investimento não possui qualquer problema quanto aos repasses feitos pelo Sindicato dos Servidores Públicos do Município de Araras – Sindsepa.
Ele foi ouvido na manhã desta terça-feira pelos vereadores Walter Alves de Oliveira (PPS), Ricardo Franco (PV) e Breno Cortela (PT), que integram a Comissão Especial de Inquérito (CEI) com a função de apurar possíveis irregularidades no repasse de valores descontados em folha de pagamento dos servidores municipais pelo Sindsepa, que realizaram empréstimo com instituição financeira com intermediação da referida entidade de classe.
O Banex é o primeiro banco privado da Argentina, onde já atua no varejo. No Brasil seu principal foco é o financiamento junto à prefeituras e outras instituições, devendo também atuar no varejo a partir da liberação do Banco Central, processo já em andamento.
Gonzalez explicou que o Banex costuma firmar convênios direto com a Prefeitura. “Muitas vezes, quando não há uma lei municipal que permita isso, somos levados a firmar esse acordo com o sindicato, o que não nos agrada muito”, citou ele explicando que esse medo refere-se a não ocorrência do repasse. “Mas em Araras não tivemos qualquer problema”, completou.
Ainda segundo Gonzalez cerca de 200 contratos foram firmados com os servidores públicos da cidade. O valor total financiado é de aproximadamente R$ 1,5 mi. Desse montante, a cada mês, cerca de R$ 70 mil é devolvido ao banco por meio dos descontos em folha de pagamento dos funcionários.
Embora a lei permita um desconto de até 50% do valor da folha de pagamento do servidor, o depoente explicou que o Banex não permite que esse valor ultrapasse 27% dos vencimentos. “Não queremos comprometer o servidor. E isso evita também problemas futuros”, falou.
Os primeiros contratos foram firmados em agosto do ano passado, mas em dezembro, eles foram limitados. “Nós ficamos sabendo de alguns problemas que vinham sendo registrados com outros bancos e por isso resolvemos agir com cautela”, informou ele.
Questionado pelos vereadores sobre a forma como foi feito o contrato Gonzalez explicou que somente foi possível com a participação de uma carta assinada pelo prefeito Luiz Carlos Meneghetti garantindo o total conhecimento do acordo e compromisso de trabalhar com o sindicato para a execução dos repasses.
Nessa carta, conforme o depoimento, está um compromisso da Prefeitura de Araras, assinado por Meneghetti, de repassar diretamente ao Banex o valor financiado. “Mas sem a lei isso sempre foi feito via sindicato”, esclareceu Gonzalez que sempre esperou uma mudança na lei para que esse compromisso fosse cumprido.
Uma cópia dessa carta e também todas as documentações do contrato deverão ser enviadas para a Câmara de Araras conforme pedido do vereador Walter de Oliveira, presidente da CEI.
“São documentos importantes e que podem dar um novo rumo aos nossos trabalhos”, declarou o vereador que deve se reunir ainda nesta semana para mais uma oitiva, desta vez com alguns funcionários públicos.
Retrospectiva
Na quinta-feira da semana passada dois representantes do Banco Ficsa confirmaram em depoimento aos vereadores da CEI que há algum tempo o Sindicato dos Servidores Públicos do Município de Araras não fazia o repasse dos empréstimos feito pelos servidores. Estas informações foram dadas pelo advogado Cícero Alves de Lima, do Departamento Jurídico do Banco Ficsa, e Antonio Carlos de Souza, supervisor de cobrança do mesmo banco.
Também já foram ouvidos pelos vereadores o diretor da Secretaria Municipal de Administração, Sérgio Marcos Zurita Fernandes, e Marizeth Baghim Morandim, diretora do Departamento da Fazenda.
O Projeto foi apresentado no dia 18 de novembro e o prazo de funcionamento da CEI é de 30 dias, podendo ser prorrogado. No entanto, pelo fato da Câmara estar em recesso a contagem de tempo é paralisada, voltando a vigorar a partir de fevereiro.
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